Premiê da Romênia renuncia após sua coalizão ficar fora de 2º turno da eleição presidencial

Premiê da Romênia renuncia após sua coalizão ficar fora de 2º turno da eleição presidencial


George Simion e Nicusor Dan se enfrentarão em 14 dias. O presidente da Romênia tem um papel semiexecutivo que inclui comandar as forças armadas e presidir o conselho de segurança que decide sobre a ajuda militar. Primeiro-ministro da Romênia, Marcel Ciolacu.
REUTERS/Andreea Campeanu
O primeiro-ministro romeno, Marcel Ciolacu, renunciou ao cargo nesta segunda-feira após o candidato apoiado por sua coalizão pró-Ocidente não conseguir chegar ao segundo turno da eleição presidencial.
Ele afirmou que seu partido, os socialistas de centro-esquerda, se retirará da coalizão, enquanto os ministros do gabinete permanecerão em funções de forma interina até que surja uma nova maioria após o segundo turno presidencial.
Eleição na Romênia
George Simion
Reuters
George Simion, candidato nacionalista de extrema-direita e líder da Aliança para a Unidade dos Romenos (AUR), disputará o 2º turno da eleição presidencial da Romênia contra o candidato do centro e atual prefeito de Bucareste, Nicusor Dan.
Simion obteve 40,93% dos votos válidos, seguido por 20,98% de Dan.
🗳️ Os dois se enfrentarão em 18 de maio. O presidente da Romênia tem um papel semi executivo que inclui comandar as forças armadas e presidir o conselho de segurança que decide sobre a ajuda militar.
O candidato conjunto da coalizão governista, Crin Antonescu, recebeu 20,10% dos votos. Antonescu admitiu a derrota e disse que acreditava ser um “resultado irreversível”.
Simion assumiu o posto de candidato representante da extrema-direita depois que Calin Georgescu teve a candidatura barrada (entenda mais abaixo).
Calin Georgescu e George Simion
Reuters
Eleição adiada e candidatura suspensa
As eleições presidenciais, que deveriam ter acontecido em dezembro, foram suspensas após o principal conselho de segurança da Romênia divulgar documentos que indicavam que o país foi alvo de “ataques híbridos agressivos russos” durante o período eleitoral.
À época, Georgescu, que tem ideais pró-Rússia, apareceu com porcentagens baixas nas pesquisas eleitorais, mas terminou a eleição em 1º lugar. Com isso, uma nova disputa foi marcada este domingo (4).
Porém, ele foi impedido de concorrer novamente – os motivos da decisão não foram imediatamente esclarecidos.
De todo modo, em fevereiro, promotores abriram uma investigação acusando-o de “incitação a ações contra a ordem constitucional”, apoio a grupos fascistas, declarações falsas sobre financiamento de campanha e omissão de ativos financeiros.
🔁 Dessa forma, George Simion assumiu seu lugar na disputa eleitoral.
Calin Georgescu em de debate entre candidatos a presidente em Bucareste, na Romênia
Inquam Photos/Octav Ganea via REUTERS
No entanto, mesmo Georgescu não podendo disputar o cargo, Simion prometeu neste domingo que, caso se tornasse presidente, colocaria seu colega no poder.
Para tal, ele disse que faria: “um referendo, eleições antecipadas ou até a formação de uma coalizão no parlamento que nomearia [Georgescu] primeiro-ministro”.
Ou seja, a atual disputa eleitoral será um teste para comprovar – ou não – a ascensão do nacionalismo ao estilo Donald Trump na União Europeia.
País é rota de arma e munições
Segundo a BBC, o resultado da eleição é aguardado com nervosismo em Washington, Kiev e Moscou. A Romênia é uma rota importante de trânsito para sistemas de armas e munições para a Ucrânia.
O país possui, principalmente:
um escudo de defesa antimísseis dos EUA; e
três grandes bases aéreas, de onde a OTAN realiza missões de policiamento aéreo até a fronteira entre a Ucrânia e a Moldávia.
Além disso, a Ucrânia exporta 70% de seus grãos pela costa do Mar Negro, através das águas territoriais romenas, em direção a Istambul. A Marinha romena desmina essas águas e a Força Aérea romena treina pilotos ucranianos para pilotar caças F-16.
Uma vitória de Simion poderia isolar o país, corroer o investimento privado e desestabilizar o flanco oriental da Otan, onde a Ucrânia está lutando contra uma invasão russa de três anos, dizem observadores políticos.

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